sábado, 30 de outubro de 2010

Profecia





















Lula tinha 18 anos, era um idiota jovem, ferrenho anti-comunista (segundo seu irmão Frei Chico) e tinha uma desconfiança enorme de política e de políticos. O tempo tirou-lhe a condição de idiota e transformou-o num sabido. Um finório sabichão. O que foi muito benéfico para sua vida e sua carreira, como hoje se constata.



Nostradamus tupiniquim

A frase abaixo que está entre aspas ,consta do prefácio do livro de memórias do General.
Prefácio escrito por ele mesmo.

do falecido General Olympio Mourão Filho, o homem que desembestou o golpe militar de 1964.





PREFÁCIO

Eu não pretendia escrever, nem muito menos publicar este livro.

Aqueles que quase sempre involuntariamente fazem História, não a devem escrever. Correm o risco de, faltando-lhes panorama e absorvidos ou enganados pelos aspectos muito próximos, conduzir a narrativa fazendo ressaltar minúcias sem importância, com prejuízo do geral, objeto da História; ou ainda, dominados pela paixão despertada ao sabor dos acontecimentos, falseá-los, o que ainda é pior; além disto, como a História não é um relato puro e simples, é necessário o tempo para o exame das reações e conseqüências, que não podem ser adivinhadas.
Minha intenção era deixar apontamentos relativos aos fatos, a fim de permitir a historiadores futuros, não envolvidos diretamente neles a tarefa de relatar imparcialmente os eventos, desprezando as minúcias, fazendo luz sobre o fato geral e tirando as conseqüências que só o futuro pode mostrar.
Infelizmente, porém, começaram a surgir narrativas eivadas de inverdades ou de meias verdades, sob a forma de entrevistas a jornais e revistas e de livros, armazenando seus autores um farto material impróprio para o pesquisador do futuro.
Senti, pois, que era meu dever escrever este livro. Para restabelecer a verdade. Para destruir os falsos e numerosos heróis, a começar por mim próprio, que não pratiquei nenhum heroísmo. Para fazer aluir a pretensão de falsos chefes da Revolução.
Meu verdadeiro e principal papel consistiu em ter articulado o movimento em todo o país e depois ter começado a Revolução em Minas. Se nós não o tivéssemos feito, ela não teria sido jamais começada.
Pois a Revolução não teve outros chefes, nem articuladores eficientes no plano nacional capazes de contribuir para seu desencadeamento e vitória, além da minha longa conspiração no Rio Grande, Paraná, Santa Catarina, São Paulo e Minas Gerais.
Houve, sim, heróis verdadeiros, brasileiros de coragem indomável. Mostrarei quem são.
Porque a verdade é que alguns demônios andaram soltos neste país, enquanto a maioria desta Nação estava entocada, apavorada, os chefes militares prontos a se deixarem dominar, contanto que continuassem a viver, viver de qualquer maneira, sem coragem de arriscar as carreiras. Os pobres continuando pobres. A classe média e os ricos podendo morar e comer três vezes ou mais por dia. Os políticos em condições de aderir, permanecendo em sua profissão, maldita profissão.
Os chefes militares, tolhidos por um falso legalismo, esperando que o Chefe do Executivo lhes desse maiores motivos para a reação, imobilizados, atônitos e impermeáveis à compreensão dos fatos iniciados com o plebiscito e completados com o comício do dia 13 de março, surdos ao verdadeiro clamor de medo vindo de toda a Nação. Ainda mesmo depois dos deploráveis incidentes na Marinha, que estava ameaçada de destruição, havia chefe militar com a esperança vã de que o Chefe do Executivo recuasse, quando ele já não mais podia fazê-lo.
Todos queriam viver, eis o problema. Eis o segredo do aparente sucesso dos demônios soltos no país. Minoria audaciosa que sabia usar os meios de que dispunha e que eram os máximos, oriundos desta maldita forma de governo que é o Presidencialismo.
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"Ponha-se na Presidência qualquer medíocre, louco ou semi-analfabeto e vinte e quatro horas depois a horda de aduladores estará a sua volta, brandindo o elogio como arma, convencendo-o de que é um gênio político e um grande homem, de que tudo quanto faz está certo.
Em pouco tempo transforma-se um ignorante em sábio, um louco em gênio equilibrado, um primário em estadista.
E um homem nessa posição, empunhando nas mãos as rédeas de um poder praticamente sem limites, embriagado pela bajulação, transforma-se num monstro perigoso.
Enquanto esse monstro é dirigido e explorado apenas pela lisonja, bajulado pela corte, a Nação sofre prejuízos de monta, é verdade, mas, apenas danos materiais em sua maioria e morais alguns.
Quando, porém, sua roda é formada ou dominada por um bando refece de demônios, nesse momento a Nação corre os mais sérios perigos".
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Foi o que aconteceu no Brasil. A conjuntura política de um país é sempre um “momento” de seu desenvolvimento cinético, um elo da cadeia lógica de eventos ao longo do tempo, jamais uma situação original. Não há situações políticas e sociais originais. Por menos que o desejem os anti-hstóricos e aqueles que afirmam superado o historicismo - uma das maiores revoluções espirituais, no conceito de Friedrich Meinecke - o futuro está ligado ao presente como este ao passado, pela linha cinética dos acontecimentos históricos, numa inexorável seqüência lógica.

manuscritos de cabeceira de Nostradamus Aqui